Um Dia Muito Especial (1977)
País: Itália, 106 minutos
Título Original: Una Giornata Particolare
Diretor(s): Ettore Scola
Gênero(s): Drama
Legendas: Português,Inglês, Espanhol
Tipo de Mídia: Cópia Digital
Tela: 16:9 Widescreen
Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080










DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA
PRÊMIOS
César de Melhor Filme Estrangeiro
Ettore Scola
Prêmio David di Donatello de Melhor Diretor
Ettore Scola
Prêmio Globo de Ouro: Melhor Filme Estrangeiro
Prêmio David di Donatello de Melhor Atriz
Sophia Loren
Sinopse: Roma, 1938: Hitler é recebido por Mussolini para protagonizar mais um grandiloquente espetáculo fascista, uma monumental e triunfalista parada militar. A massa se veste de preto para cumprir, fascinada, a sua coreografia de morte no grande cerimonial. Esse é o pano de fundo de "Um Dia Muito Especial".
Como a lembrar que, no período, até mesmo os documentários eram usados como armas de propaganda, Ettore Scola, o autor do filme, usa as imagens de um cinejornal oficialesco para remontar àquele momento histórico.
Em sua contrapropaganda, Scola troca o grande teatro totalitarista pelo pequeno teatro da vida, lançando mão de uma estratégia um tanto brechtiana: conserva a "grande história" como fundo enquanto se detém, em primeiro plano, na "pequena história" do encontro entre uma dona de casa fascista, uma "mãe coragem" ainda sem consciência, e um radialista vizinho, perseguido por homossexualismo, duas vítimas do chauvinismo fascista.
O fundo, no caso, é apenas sonoro: um rádio, a principal arma de propaganda dos regimes fascistas, transmitindo ao vivo a parada militar e tomando, ditatorialmente, o ambiente do conjunto habitacional de classe média que serve de cenário ao filme. A transmissão interrompe a aula de rumba que o radialista, feliz por ter sido afastado dos próprios pensamentos pela inesperada visita, ensaiava dar à sua inadvertida vizinha.
A aula de rumba, assim como as demais e surpreendentes atitudes do radialista (Marcello Mastroianni), cumprem uma função bastante clara no esquema de Scola: são passos do processo de descondicionamento da dona de casa (Sophia Loren, sem maquiagem, para aparentar cansaço, mas mais bela e segura do que nunca) bitolada pelo modelo teatral-propagandístico fascista, fascinada pela gestualidade e estética (de guerra) próprias do regime.
Com um esquematismo que lhe é inabitual, Scola consegue, em "Um Dia Muito Especial" (1977), conciliar sem rusgas as suas filiações política e cinematográfica. Faz um "filme de conscientização", fiel à tradição do cinema de esquerda, sem abrir mão da comicidade, revelando, sobretudo, um grande senso de humor ao conceber, como clímax desse processo, uma cena de amor (e vingança) entre a humilhada dona de casa e o "subversivo" radialista gay, sob o som da ovação inebriada do público da parada fascista.